Vida Bandida

marighella

Baiano, filho de um imigrante italiano e de uma descente de escravos sudaneses, Carlos Marighella não terminou a faculdade de engenharia, mas foi sociólogo (e defensor dos pobres) por vocação. Defendeu a liberdade religiosa e o divórcio já nos anos 30; viajou por Rússia, Cuba e China pela Ação Libertadora Nacional sem distanciar-se da família; recorreu tanto à poesia quanto às armas para defender seus ideais comunistas; nunca abandonou o bom-humor. As nuances da personalidade de um dos nomes mais importantes da resistência à ditadura militar são reveladas em Marighella, dirigido por sua sobrinha, Isa Ferraz.

Por meio da narração em primeira pessoa, Isa pontua a reconstrução histórica com suas lembranças e impressões pessoais. Com recortes de jornais, fotografias e depoimentos da viúva de Marighella, Clara Charf, de Antônio Cândido e de muitos dos militantes que lutaram ao lado de Marighella, o documentário revela passagens pouco conhecidas de sua trajetória e tem valor histórico inquestionável. Mas assume-se como retrato afetivo, não ouvindo, por exemplo, militantes contrários à iuta armada. O resultado, contudo, é feliz: ‘Marighella’ é coeso e equilibra-se com segurança entre o registro histórico e a homenagem sóbria. CA

Fonte: O Estado de São Paulo

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