Flertar com o suspense é tendência, diz diretor de

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Selecionado para os tradicionais festivais de cinema de Toronto, no Canadá, e de San Sebastián, na Espanha, o brasileiro “O Lobo Atrás da Porta”, é um “drama que faz mergulho na intimidade dos personagens e flerta também com o suspense”, nas palavras do diretor Fernando Coimbra. “A história pede isso”, afirma Coimbra, que vê no fenômeno uma tendência atual do cinema brasileiro. “Filmes como ‘O Som Ao Redor’, do Kleber Mendonça e ‘Trabalhar Cansa’, de Juliana Rojas e Marco Dutra, flertam com o terror e suspense para contar histórias que tocam em questões humanas e sociais que um filme de gênero normalmente não tocaria”, opina.

Segundo Coimbra, “O Lobo Atrás da Porta” “tem uma história contada a partir de dois pontos de vista”. “Nunca sabemos se o que os personagens estão falando é verdade ou mentira”, afirma.

Estreia de Coimbra na direção de um longa-metragem de ficção, o filme começa, segundo o diretor, com uma mãe (vivida por Fabiula Nascimento) indo buscar a filha de 6 anos na escola. Ao chegar ao local, ela descobre que a criança foi levada por outra mulher.

A partir desse ponto, a história é narrada tanto pelo ponto de vista do pai da menina (interpretado por Milhem Cortaz) e por sua amante (papel de Leandra Leal). “Acho que a grande chave do roteiro é jogar o espectador para dentro de duas subjetividades diferentes, dois pontos de vista contraditórios, e deixar que ele decida a sua própria verdade”, disse Coimbra ao UOL, por e-mail, do sertão do Ceará, onde está filmando um documentário.

Coimbra conta que a ideia para fazer o filme partiu de um fato real ocorrido no Rio de Janeiro nos anos 60. “Com o tempo, isso passou a ser apenas um ponto de partida, pois fui alterando e reescrevendo a história da minha maneira, de forma totalmente ficcional”, diz.

“Acho que a grande chave do roteiro é jogar o espectador para dentro de duas subjetividades diferentes, dois pontos de vista contraditórios, e deixar que ele decida a sua própria verdade” - Fernando Coimbra

Comparado a Nelson Rodrigues por contar a história de um triângulo amoroso no subúrbio do Rio, Coimbra não nega a influência, mas diz que prefere trabalhar de “uma forma talvez mais oriental, onde a emoção fica contida, pulsando, para só explodir no momento certo”.

Sobre o título do filme, o diretor afirma que o “lobo” representa o “lado selvagem, brutal, que pode ser despertado em qualquer um de nós, dependendo da situação extrema a que chegamos”. “Ele está ali, atrás da porta, podendo ou não ser despertado”, completa.

O diretor conta que escolheu Leandra Leal para estrelar o filme porque “precisava de uma protagonista que fosse jovem e atraente, ao mesmo tempo madura, e que tivesse uma vida interior muito rica”.

“Já o Milhem eu conheço há muito tempo e durante processo de escolha percebi que ele enriqueceria o personagem muito além do que eu tinha escrito”, afirma. “A Fabiula eu conhecia principalmente pelas comédias, e sempre achei uma excelente atriz. Achei que ela faria muito bem a personagem, porque apesar do filme não ser uma comédia, ele tem humor”, completa.

Fabiula, que não poderá ir a Toronto por estar ocupada com as gravações de “Joia Rara”, próxima novela das seis da TV Globo, afirmou ter adorado a experiência no cinema: “Milhem é minha alma gêmea. Com a Leandra nunca tinha trabalho, e ela é uma atriz excelente. Foi uma troca muito boa. Fomos muito felizes nesse trabalho”, afirmou a atriz ao UOL.

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