Fernando Coimbra tem memorável estreia como diretor de longas-metragens

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O Lobo Atrás da Porta (2013) é o primeiro longa-metragem de Fernando Coimbra, conhecido dos festivais de curtas-metragens. E a experiência adquirida ao longo de quase 20 anos no formato dá ao cinema brasileiro mais um nome a ser acompanhado nas telonas.

De cara, o diretor e roteirista acerta ao realizar um filme de gênero que mistura suspense, drama e policial, algo lamentavelmente raro no Brasil.

Na trama, para o desespero de seus pais (Milhem CortazFabíula Nascimento), uma criança é sequestrada em um subúrbio do Rio de Janeiro. Logo surge a primeira suspeita (Leandra Leal) e, ao longo da investigação policial, peças do quebra-cabeças vão sendo reveladas, já que todos escondem segredos e desejos – e nem sempre os flashbacks a que o filme recorre para relembrar eventos efetivamente contam os fatos corretamente.

Dono de uma visão clara das cenas que deseja registrar, Coimbra contou com a fotografia inspirada de Lula Carvalho (Tropa de Elite 2, atualmente trabalhando emTartarugas Ninja), milimétrica no acompanhamento da ação e efetivamente misteriosa, escondendo sob a névoa do foco elementos importantes para o desenrolar do drama. E os longos planos estáticos, focados nos diálogos intensos e reveladores, alternam-se com momentos surpreendentes, como a excelente cena do gira-gira, em que campo e contracampo são um só.

O filme trata de decepção, mentiras e sonhos de maneira realista, apoiando-se nos diálogos e longos silêncios, tão reveladores quando as palavras. A comunicação – ou tentativa de – é central ao filme e o trio principal não decepciona, dando interpretações de qualidade e o suporte que tais sequências, totalmente centradas nos personagens, necessitam.

Ao final, O Lobo Atrás da Porta prende pelo mistério – onde está a menina? – mas ainda mais pelo bem construído drama que antecede o intenso clímax.

 

Crítica em Omelete.

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